domingo, 30 de outubro de 2011

A noiva cadáver


Me vestir no caixão
no véu, a grinalda e
o vestido branco ainda
com cheiro de formol.

A aliança póstuma,
a lua de mel
nossa necrofilia.

A morte soprando
aos ouvidos, retornando
ao pó nossas vísceras.

Como pode existir
amor assim?
Nos dois, um com pulso
o outro em sua ausência.

O sangue escorrendo em
decomposição, a falta de dor
frio e calor. Até que a
morte nos una.

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