Os homens são maus, rudes e violentos.
Eles rasgaram a noite: com bombas , tiros, morte e trincheiras.
São tão heteros.
Os homens cortaram a noite, desmancharam sua escuridão límpida e humana ,
apagaram as estrelas e a própria lua.
Surgiu assim de tão clara explosão: Os restos, órgãos dilacerados, tecidos,
bocas e partes íntimas de atomicidade anti-humana.
E coube assim ao poeta recosturar a noite, desfazer o sentido da morte e plantar.
Pontuar o tricô da vida.
Acender as estrelas, se apaixonar pela lua.
Costurar noites, noites e noites.
É função do poeta recriar a escuridão que sumiu no raio atômico.
É arduo o fardo do poeta , que deve costurar , refazer e recriar.
Mas ele está lá a costurar às noites indefinidamente.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
homenagem - Quintana
Trabalhar no verso,
o inverso,
o poema.
Sentir a língua tremer,
na tremedeira da palavra.
Compor assim há vinte anos Mário Quintana.
Lia, lixava, rimava, trancava , cortava em Vê a poesia.
Subia a cabeça e mergulhava ao coração.
Poeta é simples , tão simples no enxugamento da poesia,
caindo em letra por letra, desnecessário como este verso.
Só escrevo por vontade de escrever no tom certo.
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